- Jogos Desportivos Coletivos -

A pedagogia da iniciação esportiva:

um estudo sobre o ensino dos jogos desportivos coletivos

Nos dias atuais, temos observado um aumento considerável nas discussões sobre as metodologias de ensino-aprendizagem dos desportos; nos jogos desportivos coletivos, inúmeros são os assuntos a serem debatidos. Nossa intenção, neste capítulo, refere-se ao diálogo relacionado ao desenvolvimento esportivo, e

ntendido como processo de ensino, que ocorre desde que a criança inicia-se na atividade esportiva, até sua dedicação exclusiva em uma modalidade. Objetivamos abranger os assuntos pertinentes ao ensino de habilidades e competências tático-cognitivas e também considerações sobre o desenvolvimento das capacidades físicas e dos jogos desportivos coletivos por intermédio dos estudos em pedagogia do esporte.

Os jogos desportivos coletivos são constituídos por várias modalidades esportivas - voleibol, futsal, futebol, handebol, pólo aquático, basquetebol - entre outros e, desde sua origem, têm sido praticados por crianças e adolescentes dos mais diferentes povos e nações. Sua evolução é constante, ficando cada vez mais evidente seu caráter competitivo, regido por regras e regulamentos (Teodorescu, 1984). Por outro lado, os autores da pedagogia do esporte também têm constatado a importância dos jogos desportivos coletivos para a educação de crianças e adolescentes de todos os segmentos da sociedade brasileira, uma vez que sua prática pode promover intervenções quanto à cooperação, convivência, participação, inclusão, entre outros.

A pedagogia do esporte busca estudar esse processo, e as ciências do esporte, em suas diferentes dimensões, identificaram vários problemas, os quais serão balizadores deste estudo: busca de resultados em curto prazo; especialização precoce; carência de planejamento; fragmentação do ensino dos conteúdos; e aspectos relevantes, que tratam da compreensão do fenômeno na sua função social. Assim sendo, o ensino dos jogos desportivos coletivos deve ser concebido como um processo na busca da aprendizagem. Esse pensamento faz-nos refletir acerca da procura por pedagogias que possam transcender as metodologias já existentes, a fim de inserir, no processo de iniciação esportiva, métodos científicos pouco experimentados. Dessa forma, é de fundamental importância discutirmos a pedagogia da iniciação esportiva, com o respaldo teórico de estudiosos do assunto.

Considerações finais

Acreditamos que a iniciação nos jogos desportivos coletivos deva ser entendida pelos agentes esportivos: técnicos, dirigentes, etc, como um processo que inicia-se logo que as crianças tem suas primeiras vivencias com os jogos até o final dos quatorze anos, período este que torna -se necessário a especialização em uma modalidade quando as vistas é a formação do atleta. Esse processo chamado de etapa de iniciação esportiva deve constituir-se de fases e sua constituição acontece com as experiências dos praticantes, aliada a um projeto pedagógico onde os conteúdos do ensino das habilidades e o desenvolvimento das capacidades motoras, ocorram de forma diversificada, motivadora oportunizando a participação e a aprendizagem do maior número possível de praticantes principalmente nas agencias formais de ensino, com base no método de jogo, dentro da especificidade de cada modalidade praticada pelas crianças e adolescentes, possibilitando um ótimo desenvolvimento da aprendizagem motora, dando bases para as futuras especializações nas modalidades escolhidas pelos próprios praticantes. Especialização esta que acontecerá após quatorze anos de idade.
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Fonte: http://www.scoop.it/t/formacao-de-atletas


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O Código do Talento

 
Acabo de reler “O Código do Talento”, livro que em minha opinião é indispensável para quem quer entender como desenvolvemos nossas habilidades especiais e talentos em praticamente qualquer área, tais como música, literatura, computação ou esporte.

É de certa forma surpreendente que uma obra tão instigante como esta, que aborda questões como genética, sistema nervoso, comportamento, educação e aprendizagem, não seja escrita por algum emérito neurocientista, psicólogo ou pedagogo ligado às grandes universidades produtoras de conhecimento, mas sim por Daniel Coyle, um escritor e jornalista esportivo que reside em uma cidadezinha com menos de 10 mil habitantes no isolado estado americano do Alasca, chamada Homer. Este fato talvez limite alguns aprofundamentos, mas nem por isso deixa de provocar reflexões críticas naqueles que se interessam sobre o assunto.

Para demonstrar que nossas antigas visões sobre talento – enquanto dom divino ou algo essencialmente herdado – devem ser superadas, Daniel Coyle coloca como personagem principal de seus argumentos, a mielina, substância que, com o treinamento adequado, forma camadas envolvendo as fibras nervosas, capaz de acelerar a transmissão dos impulsos nervosos, desenvolvendo e aperfeiçoando nossas habilidades, quaisquer que sejam elas. Procura descrever, assim, uma fisiologia da aprendizagem que dará base para se compreender os processos diferenciados que criam os talentos nos mais diferentes campos de atuação da atividade humana.

Para desvendar os mistérios da aprendizagem o autor estudou intensamente o assunto e, durante quase dois anos, visitou aquilo que ele denominou de fábricas de talento; locais muitas vezes sem muita infraestrutura, mas que produziam grandes jogadores de tênis (em uma pequena academia na Rússia), instrumentistas musicais (em uma escola nada sofisticada de música em Dallas, Estados Unidos), escritores (em um pequeno vilarejo no interior da Inglaterra) ou ainda jogadores de futebol (em quadras de futsal em São Paulo), entre outros modelos descritos ao longo do livro.

O “Código do Talento” alicerça-se em três pilares básicos para tentar decifrar como podemos nos tornar melhores ou bem sucedidos naquilo que fazemos: a) treinamento profundo (práticas especiais), b) ignição (motivação especial) e c) o grande treinador (mestre especial).

Veja abaixo um resumo destes três pilares:
TREINAMENTO PROFUNDO – Recebe este nome as práticas que não se limitam apenas às repetições mecânicas de certas habilidades. Para que ocorra um treinamento profundo é preciso um envolvimento íntimo do aprendiz com a habilidade desejada, alimentada por um intenso desafio interno. Contrariando princípios pedagógicos e metodológicos ainda muito adotados, os erros e a forma com lidamos com eles, têm papel estratégico no ato de aprender de forma diferenciada. Neste sentido o autor comenta “para nos tornarmos bons em alguma coisa, ajuda muito estarmos dispostos a falhar e até ficarmos satisfeitos com os erros”. E nos oferece como exemplo clássico a aprendizagem do ato de andar dos bebês que através dos erros e acertos, chega-se a habilidade desejada.

IGNIÇÃO – É o termo que Daniel Coyle escolheu para resumir a energia, a paixão, o compromisso que o aprendiz precisa ter para tornar o treinamento profundo eficaz, ou seja, para que o treinamento seja realmente profundo. Em outras palavras, ignição representa uma motivação e entusiasmo especiais pela aprendizagem de determinadas habilidades. Esta motivação e este entusiasmo costumam ser contagiantes e são inspirados por padrões, referências ou modelos que criam verdadeiros ambientes de aprendizagem, independentemente de existir ou não uma infraestrutura considerada mais adequada (instalações, equipamentos modernos etc.). O futebol de rua (“pedagogia da rua”), praticado em muitos lugares no Brasil, pode ser considerado um bom exemplo deste ambiente favorável de aprendizagem.

O GRANDE TREINADOR – É o terceiro elemento ou pilar que sedimenta o processo de aprendizagem diferenciada, voltado para o desenvolvimento do talento ou do “fora de série” na prática de determinadas habilidades. O perfil deste treinador, mestre ou professor, entretanto, não se resume – como muitas vezes entende o senso comum – a um profissional que seja um grande líder impositivo, conhecedor das técnicas que se propõe a ensinar ou alguém capaz de executar com precisão a habilidade que ensina. Defende a teoria que acredita que “o papel do professor é ser alguém que facilita a aprendizagem e guia os alunos individualmente ou em pequenos grupos, e não mais aquela figura que se posta diante da turma para comunicar-lhe seu conhecimento e ser o centro das atenções”. Para isso precisa, consciente ou mesmo intuitivamente, conhecer as características, particularidades e nuances do aprendiz e saber como ele pode realizar o treinamento profundo, com disciplina, compromisso, intensidade, entusiasmo e paixão. O autor chega a afirmar que para que estas coisas possam acontecer é necessário estabelecer-se uma relação de amor entre eles. Neste sentido, muitas vezes os considerados “professores medianos” são os que obtêm melhores resultados. E cita: “Estavam (os professores) motivando os alunos, levando-os a dedicar àquela atividade uma energia e uma atenção incomuns, típicas do processo que chamei de ignição, além de mantê-los motivados a esse ponto. Estavam ensinando amor”. Nesta direção dá a entender também que o ato de ensinar é mais arte do que ciência.

Enfim, “O Código do Talento” é um ensaio que recomendo tanto para professores, treinadores, executivos, como para pais que têm dúvidas sobre como conduzir e orientar seus filhos. Sua leitura, com certeza, é um investimento para a vida.

Fonte: http://www.scoop.it/t/formacao-de-atletas

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